A palavra “empanada” vem do conceito castelhano empanar, ou seja, “fechar algo em uma massa ou pão para assar no forno”. As empanadas, inclusive as chilenas, têm suas raízes no costume de rechear pães com carnes ou verduras, que os pastores e viajantes levavam para consumir no campo.

Com o pasar do tempo, a massa e o seu recheio foram se aperfeiçoando até se converter no que hoje conhecemos como empanada. Da mesma família da empanada chilena podemos encontrar receitas como os calzones italianos, as empanadas galegas, os cornish pastries börek turcos. As receitas das empanadas sul-americanas chegaram nas malas dos conquistadores espanhóis.

Um dos segredos da empanada chilena está na massa. Tradicionalmente é preparada com farinha de trigo, água e manteiga de porco. Por cima é pintada com clara de ovo para que doure quando estiver assando. É muito importante não amassar muito, nem por pouco tempo. Também é difícil obter uma receita com as proporções exatas, porque é um tesouro de cada cozinheira que é passado de mãe para filha, de geração em geração.

Como a massa é para a Itália, ou o hamgúrguer para os Estados Unidos, para o Chile a empanada de pino (carne) é um prato simplesmente emblemático. O pino é uma prepração muito chilena, quem sabe a base de sua cozinha, e que é preparado principalmente com carne picada com faca (às vezes moída), cebola cortada em cubos, ají (pimenta) de cor e uma pitada de cominho.

Para a empanada tradicional de pino outros ingredientes também são acrescentados, como ovo cozido cortado em rodelas, uva-passa e azeitonas negas inteiras. Segundo o círculo de Cronistas Gastronômicos do Chile, que cada ano escolhe a melhor empanada da Grande Santiago, a empanada perfeita deveria ser assim: “Deve ter um aroma delicioso e invasivo onde se juntem, de maneira equilibrada, os aromas da carne, cebola, ají (pimenta), cominho e massa assada. E um sabor irresistível, graças à qualidade, harmonia e perfeito cozimento de seus ingredientes”.